“Esse silêncio reforça as nossas perguntas. A quem interessa a não solução do caso Beatriz? Por que o governo se comporta dessa forma?”, questiona Lúcia Mota.
“A nossa família precisou se reunir e buscar uma investigação paralela, uma atividade que é lícita, está baseada na lei, mas é correndo por fora. A família não acredita mais que a Polícia Civil de Pernambuco sozinha consiga resolver o caso de Beatriz, já ficou isso bem claro. Já tem mais de um ano que a gente teve contato com o delegado que nos acrescentou alguma coisa ao inquérito”, complementou Sandro Romilton.
Para os pais de Beatriz, a cooperação é fundamental para o avanço das investigações. “Eles são peritos de uma empresa privada, mas eles também trabalham na Academia Nacional de Perícia dos Estados Unidos, então são profissionais extremamente preparados. Eles utilizam o que há de mais novo em termos de tecnologia, eles são treinamento para as polícias de elite do mundo todo. Então nós estamos falando de profissionais extremamente preparados e que com certeza vão contribuir para o inquérito de Beatriz e o inquérito de tantas outras Beatriz de Pernambuco”, ressaltou a mãe de Beatriz.
Mesmo com as dificuldades enfrentadas, os pais da menina acreditam que a justiça será feita.
“Nós não desistimos! Dói demais, mas a gente não para, não desiste de estar buscando a federalização. Nós estamos reunindo provas suficientes para denunciar Pernambuco à Corte Internacional de Justiça, só que isso é um desgaste muito grande pra gente, e o tempo para Beatriz também. Por que o governador Paulo Câmara está fazendo tudo isso com a gente? Se esse é o caso número 1 de Pernambuco, por que não nos atende? Por que não responde as demandas?”, questiona Lúcia Mota.
Em nota, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco informou que desconhece a tentativa de cooperação.
Também por meio de nota, a empresa “Criminal Investigations Training Group”, afirmou que entrou em contato com o Consulado Americano em Recife, no mês de setembro de 2020. A nota informou também que o Consulado disse ter encaminhado o pedido ao Diretor Regional de Petrolina, Sr. João Leonardo, mas que não recebeu retorno.
Confira a nota da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco
A SDS e a Polícia Civil desconhecem essa tratativa ou iniciativa do Consulado. O caso Beatriz continua em investigação, sob segredo de Justiça, pela PCPE.
Confira a nota da “Criminal Investigations Training Group”
Há vários anos acompanhamos a investigação do caso Beatriz Angélica Mota e sentimos que poderíamos agregar valor à investigação abrindo recursos adicionais, bem como disponibilizando investigadores de homicídios e investigadores de cena de crime experientes. Procuramos abrir uma linha de comunicação com a Polícia Civil de Petrolina que investiga o caso com o intuito de trabalhar em conjunto para encontrar uma solução do caso que, em última instância, levará a Polícia Civil a prender o infrator envolvido.
Há muito tempo que estou em contato com a Lucinha e com o Sandro Mota, pais da vítima Beatriz Angélica Mota, e eles estão abertos a receber a nossa assistência. Nossa intenção é buscar a aprovação para trabalhar com a Polícia Civil neste caso. Eu poderia facilmente ter feito contato direto com a Polícia Civil, mas esse não seria o caminho adequado a seguir, mas sim pelos canais do governo. Em setembro de 2020, entrei em contato com o Consulado Americano em Recife, Pernambuco detalhando nosso pedido e eles gentilmente concordaram em nos ajudar a fazer contato com a Polícia Civil e os investigadores principais do caso, mas para passarmos pela cadeia de comando adequada. Informaram-me que encaminharam com sucesso o meu pedido e documentos ao Director Regional de Petrolina, Sr. João Leonardo e que gostaria de comunicar ao Delegado que está encarregado de supervisionar a investigação com a aprovação final do Secretário de Estado Sr. Antonio Pádua. Não tivemos notícias do Sr. Leonardo.
Via G1
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