Isadora, aluna da escola Municipal Complexo Luiz Vaz de Camões, no Ipsep, se destacou na categoria Ensino Fundamental I, que contou com a participação de mais de 14 Mil Estudantes. Esta foi a 19ª edição do concurso mundial, onde os jovens deveriam explorar três das 27 luas que compõem o planeta Urano onde a Sonda Voyager 2 da NASA, lançada em 1986 ao espaço, visitou durante a sua jornada pelo sistema solar.
Com os desafios impostos pela pandemia e a mudança para o ensino remoto, a estudante precisou do apoio dos familiares e professores para conseguir estudar para o concurso.
“Se eu pudesse escolher e todo mundo estivesse vacinado, eu queria que estar presencialmente na escola porque fica melhor para criar. É muito ruim ter que acordar, se arrumar correndo e ficar na frente de uma tela durante uma manhã inteira. No presencial a turma consegue tirar dúvidas, ir até a bancada falar com o professor, é bem melhor. Quando eu terminei o concurso tive que usar óculos. No início, quando eu não estava conseguindo fazer a redação, o meu pai me ajudou, me deu dicas para estudar”, relatou Isadora.
Apesar da empolgação, a estudante conta que não achava que ganharia o concurso, mas continuou estudando. A redação foi feita em abril, e o resultado foi divulgado um mês depois.
“Eu entrei pensando que não ia ganhar porque é um concurso que tem muita gente, mas foi muito legal porque eu consegui. Eu fui pesquisar todas as luas e tinha que escolher uma, foi quando eu decidi escrever sobre a Ariel, porque eu sou muito fã da princesa”, contou a estudante.
O conhecimento sobre o evento aconteceu por meio do professor de geografia, Alamy Veríssimo, através do Clube de Astronomia da escola.
“Eu venho estudando a questão espacial há um bom tempo, e trago sempre o assunto para as aulas. Usamos a tecnologia para visitar os museus, conhecer lugares e foi quando eu descobri o concurso e perguntei à turma quem gostaria de participar. Isadora mostrou interesse em pesquisar e tudo que ela se propôs a fazer foi concluído. Essa conquista vem de um tripé composto pela família, escola e professor em prol de um único objetivo: levar o máximo de educação e conhecimento para os alunos”, explica o educador.
Para Alamy, a pandemia fez com que a escola buscasse novas formas de incentivar os estudos em parceria com as famílias.
"Há uma dificuldade tecnológica grande, nós temos famílias que possuem quatro filhos e um único celular para que possam ter aula. A educação se transformou e os professores ressurgiram. Os alunos querem aprender, mas falta estrutura. O país depende dessa geração”, desabafa Alamy.
Grande incentivadora da educação, Alíria Thaíse, mãe de Isadora, contou que a filha chegou a escrever duas páginas de texto, onde teve que reduzir as pesquisas para 300 palavras, critério exigido pela NASA para participar do concurso.
“Eu vibrei muito com a conquista de Isadora. Ela já quis ser cientista, tivemos que achar um curso de química para fazer essa experiência. Depois decidiu ser cozinheira, e fomos atrás de utensílios de cozinha para crianças. Em seguida, resolveu aprender a desenhar. Eu disse que tudo o que ela quisesse fazer eu incentivaria. Só existe um caminho: o estudo. Digo sempre a ela”, afirmou.
Agora, a aluna já traça voos mais altos. Quer fazer faculdade no Japão, pois é grande fã da cultura e da culinária do país. Aprendeu a criar mangá -história em quadrinhos de origem japonesa. Isadora ainda não sabe qual área pretende cursar, mas com toda a certeza terá um futuro tão brilhante quanto a lua Ariel.
“Eu decidi desde o ano passado que queria fazer faculdade no Japão porque amo desenhar mangás, eu crio histórias. Não sei o que vou fazer ainda, mas quando decidir sei que estarei pronta”, afirma a jovem.
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