O Brasil sem Medo enumera os fatos que foram deixados de lado pela grande imprensa na cobertura da pandemia
Mais de 14 milhões de brasileiros receberam a primeira dose de uma das vacinas contra a covid-19. O dado é do Consórcio de Veículos de Imprensa, que reúne os números repassados pelas secretarias estaduais de Saúde, mas não tem sido divulgado com muito destaque pelos próprios jornais que o compõem.
Em vez disso, as notícias têm destacado que apenas 6,65% da população recebeu a primeira dose e menos ainda — 2,13% — foi completamente imunizada (duas doses). Nenhum desses dados é falso, mas a escolha de mostrar a porcentagem de um país continental como o Brasil e comparar com um país europeu dez vezes menor, por exemplo, é um artifício evidente de desinformação.
Se utilizarmos o número absoluto de pessoas que receberam pelo menos uma dose, o Brasil está atrás somente dos Estados Unidos, Índia e Reino Unido. Levando-se em consideração o número total de doses administradas, o Brasil está em quinto lugar — atrás dos mesmos EUA, Índia, Reino Unido e também da China.
Ao levar em conta a porcentagem de vacinados, o nosso país, evidentemente, cai de posição. O Chile, com população 11 vezes menor, aparece no topo da América Latina mesmo tendo vacinado menos da metade do que o Brasil — em números absolutos. Todos os dados são da Our World In Data.
Esses números mostram que o Brasil ainda pode melhorar muito, é claro, mas que, no quesito vacinação, não está tão ruim como a cobertura midiática tem feito parecer. Há países de primeiro mundo, como a França e a Alemanha, que vacinaram bem menos gente... mas não estão sendo chamados de "genocida" por jornalistas profissionais nas grandes redes de televisão e de rádio.
Esse é só um dentre os aspectos que estão sendo divulgados de maneira tendenciosa pela maior parte dos jornais do país. Por isso, o Brasil sem Medo enumera agora tudo o que não te contaram sobre a vacinação no Brasil.
- O presidente Jair Bolsonaro pode até ter desconfiado da vacina chinesa — como muitos de nós —, mas não deixou de investir na imunização por causa disso.
Segundo informações oficiais, o Ministério da Saúde tem monitorado as vacinas contra a COVID-19 desde abril de 2020, menos de um mês após o início da pandemia. Ao todo, 17 imunizantes estão sendo aperfeiçoados por instituições brasileiras. Desses, oito estão sendo financiados pelo governo federal. Foram R$ 65 milhões investidos para apoiar 116 projetos de pesquisa sobre a doença.
Além disso, o presidente desde o começo afirmou que só não compraria as vacinas que não fossem aprovadas pela Anvisa.
- O governo federal firmou o primeiro acordo para a compra de vacinas em junho de 2020.
Em abril de 2020, bem no início da pandemia e antes do primeiro grande pico de contaminações e de mortes, a Fiocruz, subordinada ao Ministério da Saúde, iniciou participação em estudos sobre uma possível vacina.
Em junho, o presidente assinou cooperação com o Reino Unido para o desenvolvimento e a compra de imunizantes e, em agosto, o primeiro grande montante foi desembolsado: Bolsonaro assina MP para disponibilizar R$ 1,9 bilhão para a compra.
No mês seguinte, o país aderiu ao Instrumento Global da Vacina e disponibilizou mais R$ 2,5 bilhões. No fim do ano, mais R$ 20 bilhões foram disponibilizados para a compra e o desenvolvimento de imunizantes.
As primeiras vacinas só chegaram de fato ao Brasil, no entanto, em março deste ano. A alardeada demora foi consequência do próprio ritmo de testes dos laboratórios. A Anvisa trabalhou em regime de urgência para aprovar as vacinas em tempo recorde.
Até o momento, o governo já firmou em contrato a compra de mais de 562 milhões de doses, das quais cerca de 25 milhões já foram compradas e distribuídas aos estados. Dessas, mais de 14 já foram aplicadas.
- O presidente defendeu a liberdade de escolha da população, que tem o direito de desconfiar de vacinas desenvolvidas em tempo recorde. E, além disso, destacou a importância da aprovação da Anvisa antes da distribuição dos imunizantes.
Parte da narrativa criada pela mídia de que Bolsonaro era contra a vacina partiu das declarações de que, antes da aprovação da Anvisa, não compraria nenhuma vacina. Ora, essa é a mesma mídia que é contra o tratamento precoce, que nem é obrigatório, por alegar que não há “comprovação científica”. Já as vacinas, cuja distribuição está sendo compulsória, não deveriam passar pelo crivo de um órgão competente?
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