O padre Chrystian contou uma família o procurou em sigilo, após os pais ouvirem o filho em um telefonema sendo convidado por uma amiga para viver com ela e seu namorado o poliamor. A mãe do adolescente entregou ao padre uma folha que teria sido usada na escola por uma psicóloga para discutir em sala de aula “novas modalidades de amor e de família”. Segundo o padre Shankar, casos como este acontecem em muitas escolas e buscam destruir a família. “Pegam as crianças que não têm valor ainda. Ensinando os pequenininhos que é assim, eles vão viver assim. A criança é uma tábua rasa. O plano deles é este”, disse.
O sacerdote leu e comentou o esse material em sua homilia. De acordo com a definição lida pelo padre, “poliamor é uma forma de conjugalidade, é um relacionamento no qual os indivíduos envolvidos mantêm relações afetivas e também sexuais com mais de uma pessoa ao mesmo tempo”. Então, Padre Chrystian Shankar disse que, conforme esta definição, se “antes casal vinha de casamento e casamento era entre um homem e uma mulher”, atualmente “casal já não é entre um homem e uma mulher” e “agora casal já não é mais de dois”.
O sacerdote seguiu a leitura do material, que apresentava diferentes tipos de poliamor e algumas dicas para enxergar “o poliamor sem preconceito”. Entre essas dicas, a primeira afirmava que “é necessário desconstruir modelos tradicionais sobre afetividade e família, opondo-se principalmente a pessoas preconceituosas ligadas a religiões de cultura judaico-cristãs”.“Nisso aqui que eu queria chegar. Para vocês verem que, quando eu falo, muita gente não acredita. Sabe qual é a minha tristeza? Ninguém fala. Nós estamos hoje com uma grande fatia na Igreja dos pregadores simpáticos, não pregam mais a conversão, não tocam no assunto, não falam dessas coisas e o rebanho está todo perdido, entregue aos lobos. Se não tem um pastor que guia, quem vai mostrar o caminho?”, disse.
De acordo ele, para as pessoas que defendem esses tipos de relacionamento, “quem atrapalha é a Igreja, são os cristãos. O mundo é que está lá na frente, esse pessoal [a Igreja] é retrógrado, então, tem que se opor a eles”. Outras dicas que, segundo a leitura do padre, constam no material são: levar este tema para ambientes laicos, de preferência as escolas de ensino fundamental e médio; valorizar e partilhar experiências de poliamor; buscar ajuda de profissional especializado para se abrir a uma relação não monogâmica “sem culpa, medo ou conceito de pecado”.
O vídeo da homilia repercutiu nas redes sociais e, principalmente, na cidade de Divinópolis. O vereador Eduardo Azevedo compartilhou em suas redes sociais apoio ao sacerdote e também procurou o promotor de justiça Casé Fortes, “visando apurar medidas a serem tomadas em relação à denúncia apresentada pelo padre Chrystian sobre incentivo de ‘poliamor’ em escola de Divinópolis”.
À ACI Digital, Azevedo disse que, como o caso foi revelado ao sacerdote sob sigilo pela família do estudante, o padre não pôde lhe revelar qual é a escola onde foi apresentado o tema do poliamor, nem quem é a psicóloga que falou aos alunos. Por isso, foi orientado pelo promotor a incentivar os pais “a observarem as cartilhas e conteúdos que seus filhos têm nas escolas”. “Caso vejam alguma coisa dessa doutrinação, nos enviem, porque sem provas cabíveis, não tem como fazer nada”, afirmou. Segundo o vereador, ele continuará procurando descobrir qual é o colégio para adotar medidas. “Mas, precisamos da iniciativa dos pais. Sei que muitos têm receio, mas será mantido sigilo sobre seus nomes e de seus filhos”.
Alerta aos Pais: Acompanhem seus Filhos
Padre Chrysian Shankar voltou a falar sobre o ensino de poliamor em escolas em um vídeo publicado no dia 21 de junho em seu Instagram. “Para as pessoas que estão muito preocupadas sobre qual é a escola, é muito mais fácil você encontrar qual não é a escola, porque a maioria das escolas hoje está entrando em cheio nesta temática com os pré-adolescentes, pervertendo a cabeça do seu filho: questões de ideologia de gênero, relacionamento aberto, amizade colorida, amor entre gerações e, agora, o poliamor”, disse.
Para o padre, “uma coisa é o respeito para um adulto, alguém que tem a mente formada e escolheu viver outro tipo de sexualidade, escolheu viver a vida do jeito dele. Nós não concordamos, mas respeitamos. Outra coisa é você pegar crianças, pré-adolescentes e já ir formando a mente delas como se isso fosse a normalidade, que tanto faz ele estar namorando um, como dois, três, seis”. Segundo o sacerdote, nas salas de aula muito se tem falado sobre preconceito e estão “tirando toda a presença de Deus, tirando toda a tradição cristã sobre a família e o casamento”. “Ninguém aqui é a favor de preconceito, mas deixem as crianças serem crianças. Deixem as crianças crescerem na pureza que Deus colocou em seus corações”, afirmou.
Em seguida, questionou: “Por que esse pessoal tem tanta força e isso tem atrapalhado a vida de tantas famílias?”. Para pe. Chrystian Shankar, isso acontece por causa da “ausência sistêmica dos pais”. “Os pais precisam assumir o seu papel de pais e cuidar de seus filhos, acompanhar seus filhos, colocar filho no colo, abraçar, passear, brincar. Muitos pais não sabem nada da vida dos filhos, o que acontece na escola, o que estão vendo na internet”. Além disso, afirmou que é preciso “rezar muito”, porque atualmente, no mundo, “tudo está ao contrário: se você fala de família, você está errado; se defende o matrimônio, está errado; se quer educar seus filhos nos valores de sua família, você está errado”. Entretanto, declarou, “se continuarmos fingindo que tudo está bem, nossas famílias serão massacradas como rolo compressor”.
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