Desde que retomou o controle do Estado, com Eduardo Campos em 2006, o PSB iniciou um dos períodos de maior hegemonia política da história pernambucana, que perdura até hoje. Contudo, mesmo tendo vencido as últimas quatro eleições estaduais com resultados expressivos, a sigla não tem obtido a mesma sorte no que diz respeito aos mandatos de seus aliados para o Senado Federal.
Em 16 anos, o PSB e a Frente Popular conquistaram nas urnas cinco das seis vagas disputadas no período. A única exceção foi justamente em 2006, quando o outrora opositor Jarbas Vasconcelos (MDB) chegara à Casa Alta após quase oito anos como governador. Todavia, até mesmo as vitórias tiveram efeito reverso, afinal Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT), ambos eleitos na chapa de 2010, figuraram no palanque oposicionista em 2014, encabeçado pelo petebista. Em 2018, Armando foi novamente candidato ao Governo, desta vez tendo no palanque Fernando Bezerra Coelho, que por ironia havia sido eleito senador quatro anos antes, pelo próprio PSB.
No atual cenário, Fernando segue no campo da oposição e Humberto teve o nome aprovado pelo PT para ser oferecido à Frente Popular, caso o PSB não apresente um candidato que aglutine forças para a sucessão de Paulo Câmara. Curiosamente, o outrora opositor Jarbas, único a se eleger senador sem o apoio do PSB nos últimos 16 anos, é também o único deste período a seguir firme com os socialistas. Neste caso, por conta de um novo mandato, conquistado por ele em 2018, mesma ocasião em que Humberto foi reeleito.
Esse é um cenário que paira na cabeça dos socialistas. Afinal, um senador tem mandato de oito anos, o que o torna um potencial adversário no pleito que ocorre na metade deste tempo. O PSB já provou deste veneno e precisa calcular bem os riscos. E o tempo dirá se foram acertados.
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