“Isso não começou hoje, desde que ele (presidente da Funai) sentou aqui tem servidor nosso morrendo em campo e nada foi feito. Não temos o mínimo de segurança para trabalhar”, disse Guilherme Martins, servidor da Funai, durante o protesto.
“Enquanto Bruno estava sendo violentamente assassinado no Rio Ituí, Marcelo Xavier estava difamando ele em rede nacional. O presidente fez duas entrevistas em rede nacional contando mentiras sobre o Bruno. Ele teve o escárnio de lançar um documento oficial difamando o bruno e o criminalizando. Marcelo não tem o mínimo de dignidade para ocupar a cadeira da Funai. Por isso os servidores estão em greve, não aguentamos mais”, completou Guilherme.
O indigenista Bruno Araújo foi servidor de carreira da Funai e coordenava a área de Índios Isolados e de Recente Contato da Diretoria de Proteção Territorial da Funai (CGIIRC). Mesmo com profundo conhecimento relativo ao tema e da área, foi exonerado da função sem justificativa, em 2019. Isso ocorreu após Bruno ter gerido uma operação que desmontou o esquema de garimpeiros na terra indigena Yanomami, em Roraima.
Ele foi substituído, à época, pelo missionário Ricardo Lopes Dias, que ficou nove meses no cargo. O indigenista pediu licença da instituição e se voluntariou para capacitar indígenas junto à União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
Após o desaparecimento, o presidente da Funai fez declarações sobre Bruno que irritaram servidores da Fundação. "Muito complicado quando duas pessoas resolvem entrar na área indígena sem nenhuma comunicação formal aos órgãos de segurança, nem mesmo à Funai, que exerce sua atribuição dentro dessa área indígena", alegou Xavier ao programa Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Após isso, os servidores declararam greve em protesto contra o presidente da Funai.
Nesta quarta, os ativistas que compareceram ao local da manifestação aguardaram até as 20h30 — horário em que a Polícia Federal se pronunciou oficialmente sobre a morte dos desaparecidos — para falarem com a imprensa. “Todos nós indigenistas somos o Bruno, hoje e sempre. A força dele vai continuar ecoando em todos nós, e vai reconstruir a política indígena que o governo desconstruiu”, terminou o servidor.
Greve
Os servidores da fundação estão em greve nacional desde 13 de junho. Unificados em quatro associações, o grupo entregou uma pauta em reunião para discorrer sobre três pontos: Força Nacional nas três bases que estão no Javari, uma força tarefa para fazer um rodízio com os servidores que estão no local, dormindo em canoas, pois a base da Funai está em pedaços, e uma retratação sobre a morte do Bruno.
“Nós estamos em greve pedindo ao Ministro da Justiça que retire o Xavier do cargo e atenda nossos pedidos. Tudo pode ser cumprido com uma canetada. A Força Nacional responde ao Ministério da Justiça. A força tarefa já foi realizada na Funai em diversos espaços, e retratar-se em uma carta é o mínimo que um ser humano pode fazer. As leis da Funai que o presidente deveria conhecer, ele mostrou total despreparo”, declarou o representante do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do DF, Gustavo Cruz.
Os servidores da fundação estão em greve nacional desde 13 de junho. Unificados em quatro associações, o grupo entregou uma pauta em reunião para discorrer sobre três pontos: Força Nacional nas três bases que estão no Javari, uma força tarefa para fazer um rodízio com os servidores que estão no local, dormindo em canoas, pois a base da Funai está em pedaços, e uma retratação sobre a morte do Bruno.
“Nós estamos em greve pedindo ao Ministro da Justiça que retire o Xavier do cargo e atenda nossos pedidos. Tudo pode ser cumprido com uma canetada. A Força Nacional responde ao Ministério da Justiça. A força tarefa já foi realizada na Funai em diversos espaços, e retratar-se em uma carta é o mínimo que um ser humano pode fazer. As leis da Funai que o presidente deveria conhecer, ele mostrou total despreparo”, declarou o representante do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do DF, Gustavo Cruz.
O caso
Dom Philips e Bruno Araújo desapareceram em 5 de junho. A última vez que eles foram vistos com vida foi na comunidade de São Gabriel. Bruno acompanhava Dom como guia, e era a segunda vez que eles viajavam pela região. Um dos suspeitos presos confessou o crime e disse que as vítimas foram mortas, esquartejadas e tiveram os corpos incinerados. Ele disse aos policiais que não foi o “responsável pela execução”, mas que ajudou a esconder os restos mortais e que mostraria o local aos investigadores.
Dois suspeitos foram presos, temporariamente, durante as investigações. Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, conhecido como "Pelado", foi preso em flagrante em 7 de junho. Na última terça-feira (14/6), o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, 41, conhecido como “Dos Santos”, também foi preso suspeito de ajudar na execução do crime.
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